Ana Pellini reconhece que projeto de extinção da Fundação Zoobotânica é ruim e que deve ser revisto

Reprodução – Sul21Luís Eduardo Gomes

Funcionários da Fundação Zoobotância do Rio Grande do Sul (FZB-RS) e professores e estudantes de Biologia voltaram a se manifestar nesta segunda-feira (17) contra o projeto de lei (PL 300) que prevê a extinção da entidade. Em conversa com a secretária do Meio-Ambiente, Ana Maria Pellini, eles receberam o compromisso de que o projeto será revisto e de que a pasta reconhece que a proposta é ruim para o Estado.

Manifestantes protestam em frente ao Palácio Piratini contra a extinção da FZB | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

Manifestantes protestam em frente ao Palácio Piratini contra a extinção da FZB | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

A caminhada dos apoiadores da FZB começou em frente à Secretaria do Meio-Ambiente (Sema), onde os manifestantes foram recebidos pela titular da pasta, Ana Maria Pellini, que reconheceu que o projeto é ruim e precisa ser modificado. “Vocês têm toda a razão. O projeto é ruim e temos que rever essa posição. Temos que achar uma saída”, disse Pellini aos manifestantes, que gravaram em vídeo a posição da secretária.

Pellini disse que há três alternativas neste momento ao projeto: a retirada do PL, a retirada da urgência do PL (o que ampliaria o tempo de discussão da pauta) ou a apresentação de um projeto substitutivo.

Ela também reconheceu que seria um erro a demissão do quadro de funcionários da FZB, pois tratam-se de pessoas especializadas em áreas que estão além das capacidades do atual quadro de servidores da Sema e que, por outro lado, precisam ser incorporadas ao trabalho da secretaria.

Cartaz salienta a importância da FZB para a preservação ambiental do Estado | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

“Nós temos que construir algo em que se aproveite tudo isso, que a gente tenha o maior apoio na secretaria. Licença ambiental não é um cartório, precisa ter um critério”, disse.

Caminhada até a AL e recepção no Piratini

Posteriormente, os manifestantes caminharam até a Assembleia Legislativa e realizaram um ato para marcar a reunião com assessores de deputados que compõe a Frente Parlamentar e Social em Defesa dos Parques Públicos Estaduais.

O encontro teve como objetivo discutir estratégias a serem apresentadas durante audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, marcada para próxima quinta (20). Representantes da FZB avaliaram que já contam com o apoio de 20 ou 21 deputados – todos vinculados à oposição – contrários à extinção da FZB e que precisariam do apoio de outros oito. Eles acreditam que é possível conseguir apoio de ao menos parte da bancada do PDT, composta por oito parlamentares.

Paralelamente, um grupo de apoiadores da FZB foi recebido no Palácio Piratini pelo subchefe jurídico da Casa Civil, José Guilherme Kliemann.

Segundo Leonardo Melgarejo, presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) e participante do encontro, Kliemann afirmou que a situação da FZB está indefinida e que deverá tratar da questão na tarde desta segunda em reunião com a secretária Ana Pellini.

Manifestantes deixam o Palácio Piratini após reunião na Casa Civil | Foto: Caroline Ferraz/Sul21

“Dissemos a ele que precisamos de sinalizações positivas e a sinalização mínima é a retirada do pedido de urgência”, afirmou o presidente da Agapan.

Melgarejo disse acreditar que o governo deverá recuar do projeto de extinção da FZB. “Nas palavras da Ana Pelllini, o projeto que o governo encaminhou é inaceitável. Acredito então que o governo fica sem qualquer condição de manter essa orientação, na medida que a titular da área executiva reconhece a inadequação do projeto”, ponderou.

O presidente da Agapan também disse que questionou a Casa Civil sobre quem foi o responsável pela autoria do projeto, salientando que a Ana Pellini disse não ter saído da Sema.

“Nós temos convicção de que não foi elaborado por alguém que entenda da questão ambiental. Deve ter sido algum executivo de uma área contábil que acredita que uma economia de 0,045% é justificativa para acabar com um trabalho histórico de repercussão internacional”, afirmou Melgarejo.

Participaram da caminhada e da reunião na Casa Civil representantes da FZB, da Agapam, do Semapi – sindicato que representa os funcionários da fundação -, do Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá), professores e estudantes universitários da área de Biologia, entre outras entidades.

Manifestantes gravaram a conversa com a secretária Ana Pellini, confira abaixo: 

 

 

Compartilhe:

Contribua com o InGá e o Movimento Ambientalista

Faça uma doação

ENDEREÇO

Rua Cel. Fernando Machado, 464. Centro Histórico - Porto Alegre/RS – Brasil
Caixa Postal 1057, CEP 90.001-970
(51) 3019-8402

inga@inga.org.br