Agroecologia para reinventar o pátio escolar

  • Postado em 30/10/2013   por: Admin   Categoria:

Curso destinado a professores trata de agricultura urbana

Reflexões sobre agroecologia, alimento orgânico e agricultura convencional, foram alguns pontos de discussão do encontro inicial do 1º Curso de Agricultura Urbana no Pátio da Escola que ocorreu na última quarta-feira, 23, às 19h. A capacitação está sendo promovida pelo Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá) e tem o apoio da Fundação Luterana de Diaconia.

Alguns dos pontos essenciais que vão nortear o curso são a necessidade de se repensar o cotidiano alimentar e  o resgate da cultura da biodiversidade. Em um contexto, onde há cada vez mais pessoas morando nas cidades, “a agricultura urbana é uma necessidade”, colocou Mateus Raymundo da Silva, membro do InGá e um dos instrutores do curso. A agricultura urbana é uma questão de soberania e segurança alimentar. Nas escolas, além disso, ela exerce uma função pedagógica, reaproximando os alunos à natureza.

Agriculturas

O encontro levou a reflexão dos pontos que definem a agricultura capitalista, empresarial e camponesa. Na primeira, as forças produtivas são de mercado, assim como a base de recursos e a produção. Ou seja, a mão de obra é assalariada, os  recursos agrícolas são mecanizados, industrializados e químicos e a produção é voltada aos grandes commodities. Na agricultura empresarial, tem-se a mão de obra familiar e os recursos e a produção voltados ao mercado. Na agricultura camponesa os recursos agrícolas são familiares, assim como as forças produtivas.

No quadro atual, diversos fatores influenciaram a constituição da agricultura capitalista e empresarial, tais como a mecanização das lavouras, os monopólios e concentrações de capital, o desenvolvimento químico de fertilizantes e agrotóxicos e a transformação genética das sementes.

Agricultura ecológica

A agricultura ecológica promove a autonomia, a segurança alimentar, a soberania, a biodiversidade e a saúde. “É preciso mudar o paradigma de produção para que haja uma agricultura realmente de base ecológica”, colocou Vicentre Medaglia, membro do InGá e instrutor do curso.

A concepção de uma agricultura dinâmica e alternativa precisa passar pelo pensamento sistêmico, conforme falou o instrutor. As lógicas circulares devem estar presentes, assim como a ciência das relações entre os elementos do sistema agrícola, como o solo, os animais e plantas.

Na escola, também é preciso pensar no complexo sistema que a compõem para construção de um pátio ecológico, envolvendo funcionários da cozinha, da limpeza, professores e alunos em um engajamento consciente para uma alimentação saudável e emancipatória. “É uma questão de justiça social” colocou Vicente.

Outra reflexão levantada foi a diferença entre a agricultura ecológica e orgânica. A última pode ser praticada como uma apropriação por parte do sistema capitalista da lógica do alimento saudável e sem agrotóxicos, sem ter, em sua essência, os princípios da vida, como a ecológica. Laura Terezzinha Pereira, professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental, Décio Martins Costa, gostou muito do primeiro dia do curso, a reflexão entre alimento orgânico e ecológico foi uma novidade para a educadora.

O 1º Curso de Agricultura Urbana no Pátio da Escola ainda terá mais cinco encontros discutindo outros pontos como composteira, agroflorestas e agricultura vertical. No sábado, 9 de novembro, todos os alunos vão ir a uma escola para fazer um mutirão para Reinventar o Pátio Escolar.

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