Curso de Agricultura Urbana encerra conhecendo exemplo de persistência

  • Postado em 02/12/2013   por: Admin   Categoria:

No sábado, 23 de novembro, ocorreu o encerramento do Curso Agricultura Urbana no Pátio da Escola. Depois de diversos encontros discutindo a questão da agroecologia, o fechamento das atividades aconteceu numa verdadeira comunidade escolar, a Cooperativa Crêser. O Curso foi uma realização do InGá, com o apoio da Fundação Luterana Diaconia e do Grupo de Apoio Político Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre.

Em baixo das árvores, após conhecer o espaço da Cooperativa, os alunos do Curso trocaram impressões e reflexões sobre os dias que passaram juntos. Laura Pacheco contou como foi impactante o mutirão que ocorreu em sua escola no dia 9 de novembro. “Todos ficaram muito interessados pela sala de aula ao ar livre, foi ela que conquistou os professores e alunos”,  enfatizou a professora.

Reinvenção Escolar

Mateus Raymundo da Silva, instrutor do curso, explicou que a ideia de reinventar o pátio escolar vai muito além de ações pontuais. “A vontade sempre é de reinventar a lógica escolar e a lógica do ensino”, promovendo o aprendizado, na vivência e na prática. “Já é hora da sociedade entender que se existe ‘uma’ coisa que nunca poderá ser homogeneizada que é a educação”, colocou Mateus.

Para ele, cada comunidade escolar é uma e, para viabilizar-se e consolidar como centro de referência local em ensino, precisa garantir autonomia, inclusive financeira. “Não é o caso de negarmos as mãos e o apoio do Estado sobre a escola, é o caso de entendermos que a escola ao invés de orbitar em outras estruturas, tem mais condições de desenvolver projetos com a vocação do lugar onde está inserida”, sentencia Mateus.

“As escolas precisam criar sistemas internos autossuficientes para os projetos serem sustentáveis ao longo do tempo e não ficarem vulneráveis às mudanças e escolhas de governo”, explica o instrutor. Para ele, é preciso sempre manter a chama acesa e transformar. “O acesso à informação leva a Permacultura para a periferia, por exemplo. Não sabemos ainda, as consequências desta dialética. E a educação? E a escola pública? Estão convidadas a acordar e revolucionar”.

Cooperativa CrêSer

Depois do momento de trocas, o pátio da Crêser foi explorado pelos alunos que refletiram sobre os conceitos de agroflorestas, analisando as árvores do pomar. Foi falado sobre a importância da poda e de pensar muito antes de plantar determinadas espécies de grande porte que com o passar dos anos ocupam muito espaço, como a mangueira e a nogueira.

A Cooperativa, localizada no bairro Intercap, em Porto Alegre, existe desde 1997. No ano de 2000, conseguiu um terreno, no qual funciona até hoje. A Crêser surgiu da iniciativa de mães preocupadas com o futuro de jovens com déficit intelectual. Na rede de ensino convencional, esses jovens podem ficar somente até os 21 anos, a Crêser acolhe-os, proporcionando-lhes ensino e oficinas de horta, panificação e papel.

Atualmente a Crêser atende 40 jovens. Carmem Alba Carboni, uma das mães que criou a Crêser, enfatizou aos alunos do Curso a necessidade de se ter persistência. “Espaço tem bastante, é preciso persistência”. A Cooperativa é um exemplo de comunidade escolar que interage com professores, população  do entorno e funcionários. As mães são voluntárias e dirigem a Cooperativa. Hilário Bichels, aluno do curso e professor da CrêSer, coloca como muito positiva a parceria com o InGá. “A troca de saberes foi o marco alto, de pés descalços, de peito aberto, espontaneamente, uma etapa foi concluída”, evidencia.

Impressões

Os alunos ficaram muito satisfeitos com o curso, surpresos positivamente. Miriam Silveira da Escola de Ensino Fundamental de Porto Alegre Nossa Senhora de Fátima conta que esperava outro tipo de abordagem para o tema. “Descobri um mundo novo”, colocou. Ela fez contatos, durante o curso com outros professores, e já levou para sua escola a ideia da horta agroflorestal. Dieison Machado achou muito boa a iniciativa, inclusive colocando que o curso poderia ser maior.  Os encontros práticos foram os que mais motivaram os alunos. “Ficou claro que  agricultura urbana é uma possibilidade de desenvolvimento social, ambiental e econômico que deve ser estimulada”, colocou Hilário.

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