Vivências práticas e teóricas fazem parte de curso sobre agricultura urbana na escola

  • Postado em 10/11/2013   por: Admin   Categoria:

Reflexão, teoria e prática compõem o 1º Curso de Agricultura Urbana no Pátio da Escola, promovido pelo InGá, em parceria com a Fundação Luterana de Diaconia. No sábado, 26, foram expostos e discutidos conceitos sobre horta em espaços escolares e realizadas oficinas no pátio do InGá. Na quarta-feira, 30, o professor da UFRGS, Paulo Brack, abordou questões sobre biodiversidade e a crise ambiental e também foi escolhida a escola onde vai ser feito o mutirão do curso.

“Para que(m) serve o pátio da escola?” foi a pergunta feita por Mateus Raymundo da Silva, no sábado, 26, aos alunos do curso.  O instrutor debateu com os professores a necessidade de se aprender a capacidade de brincar com os alunos, resgatando culturas, aprendizados e relações. O pátio escolar é um lugar diverso que pode trazer uma vivência muito rica, levando os alunos ao ar livre, proporcionando-lhes o contato com a natureza e a prática da agricultura.

Mas o que se precisa para construir uma horta na escola? Vontade, mudas, sementes, articulação com adireção, terra água, sol e mãos, principalmente. Além disso, Mateus trouxe para reflexão alguns conceitos da permacultura como o da borda. Existe a necessidade dos limites. “A borda é o lugar mais rico”, apontou, explicando o processo que ocorre na borda entre floresta e campo, quando o vento leva nutrientes que são precipitados nesse limite.

Um dos pontos importantes é ter a natureza como modelo e não a fábrica. Além das bordas para os canteiros da horta, também pode existir na concepção da horta o design da natureza. Para as escolas sem espaço de terra, uma alternativa é a agricultura vertical, por meio de canteiros suspensos.

Oficinas

No momento da tarde, no sábado, 26, foram realizadas oficinas com os alunos. Lisiane Brolese abordou a questão das agroflorestas, colocando que nesses sistemas de produção o objetivo é uma perspectiva a longo prazo, pensando interações para 10, 15 anos. Também foi abordado por Mateus a questão das criação e manutenção das composteiras, evidenciando a necessidade de proteção contra a chuva. Vicente Medaglia abordou a identificação das espécies vegetais, falando sobre plantas nativas do Rio Grande do Sul, como a Cereja-do-rio-grande e a beldroega. Além dessas oficinas, também foram realizados momentos de interação com o banco de sementes do InGá e  abordadas referências bibliográficas sobre agroecologia.

Mutirão

Como o curso é voltado a professores, a ideia foi que cada um deles que considerasse possível a realização de um mutirão em sua escola defendesse sua ideia, na quarta-feira, 30. A escola Municipal de Ensino Fundamental Décio Martins Costa, de Porto Alegre, foi definida para a realização do mutirão.  A instituição é onde Laura Pacheco leciona, ela explicou algumas peculiaridades de sua escola, trazendo um mapa para os colegas que avaliaram possíveis lugares para realizar o mutirão. No dia 9 de novembro, todos os alunos do Curso se mobilizaram para reinventar o pátio dessa escola, aplicando os conhecimentos adquiridos  no curso.

Biodiversidade e crise ambiental

Na quarta-feira, 30, Brack apontou algumas questões sobre a crise ambiental em que vivemos. Mudançasclimáticas, expansão do cultivo de monoculturas, pecuária, extinção em massa de espécies são alguns dos problemas que afetam a biodiversidade. “Diversidade é inerente à vida, como se pode admitir a monocultura?” questionou o professor, argumentando que o cultivo de apenas uma espécie é a antítese da vida.

Segundo dados levados pelo professor, 30 mil espécies são perdidas por ano no Planeta, devido à ações de exploração econômica. Contudo, essa realidade é contraditória visto que a biodiversidade e os ecossistemas fornecem diversas funções essenciais ao seres humanos.

Neste contexto, também não existe uma valorização da biodiversidade onde ocorrem diversas ações de biopirataria, colocou o professor. Na região metropolitana de Porto Alegre, existem pelo menos 312 Plantas Alimentícias Não Convencionais. A valorização dessa diversidade pode ser um instrumento pedagógico importante nas escolas.

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